A expressão “até aqui” parece uma mão apontando em direção ao passado.Vinte anos, ou setenta anos, e “até aqui nos tem ajudado o Senhor”! Na pobreza ou na riqueza, na enfermidade ou na saúde, em casa ou fora de casa, em terra ou no mar, em honra ou desonra, na perplexidade, na alegria, em provações, em triunfos, em oração, em tentação, o Senhor nos tem ajudado! Gostamos de contemplar uma extensa avenida de árvores; é agradável admirarmos esta grande paisagem do ínicio até ao final, um tipo de templo verdejante, com seus pilares de galhos e arcos de folhas. De modo semelhante, contemple os corredores dos anos de sua vida, veja os galhos verdes de misericórdia na copa de sua vida e os fortes caules de bondade e fidelidade que produziram suas alegrias. Não há pássaros cantando nos galhos? Certamente deve haver, e todos cantam da misericórdia recebida “até aqui”.
A expressão “até aqui” também aponta ao futuro. Quando um homem atinge certo ponto e escreve “até aqui” , isto indica que ele ainda não chegou ao final. Ainda há certa distância a ser percorrida. Existem mais provações, mais alegrias, mais tentações, mais triunfos, mais orações, mais respostas, mais labores, mais fortalecimento, bem como mais lutas, mais vitórias. Depois vem a doença, velhice e morte. A jornada acabou? Não! Ainda há mais: ressuscitar na semelhança de Jesus, tronos, harpas, canções, salmos, vestes brancas, a face de Jesus, a comunhão dos santos, a glória de Deus, a plenitude da eternidade e a bem-aventurança infinita. Crente, tenha bom ânimo! Com grata confiança erga seu Ebénezer, pois Aquele que o ajudou até aqui continuará ajudando-o em todo o percurso da sua jornada. Quando lido à luz do céu, que perspectiva gloriosa e maravilhosa do seu “até aqui” se descortinará aos seus gratos olhos!
“Pela cidade cinza vagueio pensando se lembras de mim … o que fazes agora? será que teu violão tocam minhas notas?… nem me nota, ou percebes que não estou mais aí? É dia mas tudo está cinzento…a neblina sobre meus pensamentos…é a sombra do teu sorriso que não consigo esquecer … é sempre tentando te apagar que não paro de pensar em você.
just a walk around
Uma voz, um olhar um jeito de mexer no cabelo que me atrai…a cor da tua pele, o teu beijo, a tua respiração pertinho dos meus olhos. A tua boa noite, o teu bom dia, o nosso dia a dia… É… essa maldita saudade, minha inimiga, que eu preciso mandar embora. Senão meu coração permanece cinza como esta cidade.”
a bottle for a friend to forget the pain of a magnificent heart:
A mim a palavra não conforta, vem sim da língua da serpente e da inveja, fonte da ruína. A mim o bom esquece e só o mau vem sentar-se a mesa e ranger os dentes para roubar toda comida.
A mim foi erro não pensar que esquecer fosse o fim. e que meus erros viriam para Tirar! De mim! O que tinha e me entregar àqueles que cospem na terra em que meu amor fincou Sua! raíz!
Quem me ama me abandonou, quem me protege deixou entrar a doença em meu quarto e quem me quer bem fez notar a indiferença frente a meu corpo deslizando à queda sem fim… Quem me dera desaparecer antes de alcançar.
O outro lado da estrada, e perceber que eu, Se fui Rei, fui Rei das chagas que exibi Com o troféu na cabeça degolada aos plebeus, erguida ao mundo na estaca para que possa ver! Que o Rei do Nada, sequer teve um nome, para gravar na pedra, e cobrir de flores.
Quando não tenho mais pra onde ir E no meu céu não tem mais estrelas Aonde foi parar a coragem? Tô cansado, mas não desisto
Mas posso ver uma luz lá no fim Será que alguém ainda olha por mim? Não me julgue por não ser igual Carrego a verdade aqui no olhar, no olhar
Eu só rezo pra ficar bem Eu sei que vai Acredito que vai ficar tudo bem
Só rezo pra ficar bem Eu sei que vai Acredito que vai ficar tudo bem
Só Deus sabe o quanto eu corri E o que fiz pra chegar aqui Esse mundo não é mais meu Não me rendo nem me entrego
Mas posso ver uma luz lá no fim Será que alguém ainda olha por mim? Não me julgue por não ser igual Carrego a verdade aqui no olhar, no olhar
Eu só rezo pra ficar bem Eu sei que vai Acredito que vai ficar tudo bem
Só rezo pra ficar bem Eu sei que vai Acredito que vai ficar tudo bem
Só quero ser o que eu sou Só quero não ter que mentir Pois ainda não encontrei O que eu procuro
Só quero ser o que eu sou Só quero não ter que mentir Pois ainda não encontrei Ainda não encontrei
Eu só rezo pra ficar bem Rezo pra ficar bem Rezo pra ficar bem Pra ficar bem
“Por onde passei larguei flores para que lembrasses de mim, pois sou teu, tua amada esperança de me veres melhor, vida.”
“Existem tempos em que o Senhor nos convida a ficar em sua presença, e ali acalmar nossa mente e renovar nossa alma.”
descansar
Eu estava de saída para uma viagem a Santiago do Chile, a fim de participar de uma conferência com pastores e líderes locais. Ainda no aeroporto, aguardando o vôo, conversava com Deus sobre o meu momento de vida. Dentre muitas coisas, pedia ao Senhor sabedoria e orientação diante do cenário que me envolvia. Semanalmente, novas oportunidades surgiam diante de mim; novas demandas emergiam em minha agenda e novas conversas aqueciam meu coração para projetos aparentemente fascinantes.
Estava preocupado diante de tudo aquilo que acontecia. Sei que uma das razões que fazem com que homens e mulheres de Deus acabem por se perder, mesmo que bem intencionados em suas motivações iniciais, é a falta de uma clara percepção acerca do mover de Deus em suas vidas. Muitos passam a entender que toda oportunidade que surge é uma porta aberta pelo Senhor, ou que toda demanda que emerge é um desafio lançado pelo Espírito Santo. Há também aqueles para quem qualquer conversa que lhes aqueça o coração é uma visão de Deus que precisa ser assumida.
Para os que enxergam a vida nesta perspectiva, o mover de Deus acaba se confundindo com o empreendedorismo de nossos tempos ou com o anseio insaciável de nossas almas por sermos tidos como pessoas relevantes diante do mundo. Para gente assim, o mover de Deus sempre as convida para um tempo de ir, correr e vencer. Não existe a possibilidade de o Senhor chamá-las a um tempo de ficar, aquietar-se e renovar-se. Por isso mesmo, querendo conquistar o mundo, acabam, infelizmente, perdendo a própria alma. Em meio às muitas oportunidades, demandas e desafios, confundem a ação do Senhor com as expectativas do meio ou com os anseios de seus próprios corações.
Na vida do rei Davi, os desertos se tornaram o convite de Deus para um tempo de contemplação e reflexão. Ele era um homem movido por desafios e com constante ímpeto para a ação – por isso, parece que somente em meio às adversidades ele encontrava tempo para redimensionar seu próprio coração. Assim, quando lemos as orações de Davi no livro de Salmos, percebemos um homem sondando sua própria alma e procurando perceber a ação de Deus em sua vida. Em situações de adversidades, dores e aflições, Davi se convencia de que seu Deus não o convidava constantemente a ir, correr e vencer; mas, em algumas ocasiões, o impelia a ficar onde estava, aquietar o coração e renovar sua alma.
Maria, irmã da superativa e dinâmica Marta, viveu uma situação diferente. Em sua vida, o tempo de ficar, aquietar-se e renovar-se não é fruto de uma situação criada por Deus, mas de opções que precisava fazer. Cercada por gente constantemente voltada para a ação, que enxergava cada oportunidade como porta aberta pelo Senhor, cada demanda como um desafio do Espírito e cada conversa como visão de Deus, torna-se normalmente mais difícil encontrar espaço para aquela reflexão espiritual. Mas Maria rompe com seu ambiente, resiste às expectativas que as pessoas à sua volta tinham acerca de si e resolve sentar-se aos pés de Jesus para ouvi-lo. Jesus, por sua vez, encoraja a opção feita por Maria, demonstrando que na caminhada cristã há, sim, tempo de simplesmente ficar, aquietar-se e renovar-se.
Mas o maior exemplo de que Deus nos convida a esses momentos encontra-se na própria vida de Jesus. Em seu curto ministério terreno, Cristo tinha um enorme desafio diante de si. As demandas eram inúmeras; as necessidades, infindas, e as frentes de trabalho, imensas. No entanto, vemos nos Evangelhos episódios em que o Filho de Deus sobe montes ou procura lugares desertos a fim de simplesmente ficar, aquietar-se e renovar-se na presença do Pai. Apesar da pressão das multidões, ele afastava-se em submissão ao mover de Deus para um tempo de silêncio e descanso. No entanto, este não era um tempo de contraponto à sua missão – mas sim, um espaço integrante e essencial na mesma.
Durante uma manhã livre naquela viagem a Santiago, um querido e antigo amigo me levou para subir as cordilheiras até um lugar chamado Vale Nevado. Fomos e voltamos conversando sobre muitas coisas. Há muito tempo não tinhamos oportunidade de nos falar. No entanto, em meio às muitas palavras e diante de paisagens fantásticas, deparei-me com uma cena que me chamou a atenção. Do local, podiamos contemplar um enorme e fantástico monte coberto de neve. Seu aspecto era imponente e fascinante. Era impossível passar por ali sem admirá-lo. Mas ainda no mesmo foco de visão, bem mais próximo de nós, na margem da estrada, inúmeras árvores com seus galhos completamente secos contrastavam a imponência e fascínio da montanha branca.
Minha atenção ficou dividida entre as duas cenas contrastantes. Foi então que meu amigo, olhando para aquelas árvores, disse: “Interessante, não? Elas parecem mortas. Quem olha pensa que não resistiram ao inverno. No entanto, estão assim porque, percebendo o rigor da estação fria, concentram suas forças e energias no caule. As folhas caíram e os galhos secaram, mas toda a sua vitalidade encontra-se concentrada no caule. Para elas, agora não é o tempo de florescer, mas de resguardar-se para, no tempo certo, voltar a produzir folhas, flores e frutos. Este é o ciclo da vida.”
Ouvindo aquelas palavras e tendo os meus olhos fixos naquelas árvores, ouvi a resposta de Deus para a oração que havia feito antes de partir do Brasil. Nem sempre é hora de ir, correr e vencer. Existem tempos em que o Senhor nos convida a ficar em sua presença, e ali aquietar nossa mente e renovar nossa alma. Em meio a tantas coisas e situações que nos envolvem, precisamos ter a sensibilidade para perceber que o Senhor, por vezes, não deseja que façamos tudo ou aceitemos todos os desafios. Existe também o tempo em que seu mover nos convida a concentrarmos nossas forças e energias no que é essencial e imprescindível: a nossa relação com ele.
Às vezes, como acontecia na vida de Davi, Deus precisa criar desertos em nossa história para nos convencer desta verdade. Noutras situações, assim como o fez Maria, podemos exercitar nosso poder de decisão contra o meio que nos impele a constante atividade, optando por simplesmente quedar-nos aos pés de Cristo. Mas também podemos olhar para Jesus e perceber o convite para vivermos em maturidade, integrando este tempo como parte essencial e imprescindível da missão de Deus para as nossas vidas.
Depois de anos de luta e gerações suando atrás de um ideal, enfim parace que João Pessoa está chegando lá. Com festivais bem organizados como Festival Mundo, Pogo Festival, Aumenta que é Rock, CinePort, Cine Aruanda e Fernart. Com artistas plásticos se destacando no cenário nacional como Shiko Derby Blue, Felipe Spencer, Trappo, Daniel Vicent, e o fotografo Rafael Passos, além de Rafael Mongliott, Felipe Lima e Samuel Félix mandando ver nos videos. E com bandas apresentando uma qualidade e variedade sonora cada vez melhor como é o caso das: Banda Monstro, Burro Morto, Nublado, Meio Free, Soturnus, Thyresis, Bow to Nothing, noskill, e Elmo. Alias é desta ultima que vou apresentar-lhes o CD com mesmo nome que acaba de ser lançado pela Otimismo Produções de Diogo Galvão.
Gravado no Estudio Mutuca por Daniel Jesi, Ruy José e Igor Gadelha (leia-se burro morto, dalva suada, entre outras), e mixado e masterizado por Alex Souza (Aracajú/SE) o cd, que apresenta um excelente trabalho visual do também paraibano Rodrigo Bonfim ( http://www.flickr.com/photos/ancr ), vem com 14 songs, sendo uma buduada atrás da outra. As guitarras de Rafael Mangueira com riffs pesados e com um timbre energético, o baixo numa distorção e peso monstruoso, e a bateria de Elmo sem fugir da linha em nenhum momento. Rápido, rápido rápido! Como todo bom hardcore tem de ser! Toda essa instrumentália acompanhada pelos gritos, ora melódico, ora agressivo, de João Junior fazem qualquer marmanjo cair na praia pra curtir um surf, ou no asfalto atras de uma boa trilha de skate, ou cair num pogo violento no tapete da sala! Uma coisa é certa: não dá pra ficar parado ouvindo o som dos caras. Uma boa trilha pra quem curte esportes radicais. Baixe já e caia pra dentro !!!